A não ser pelos últimos dias, eu não pensava em ti de uma maneira apaixonada. Na maior parte do tempo, estava mais preocupada e absorta em pensar na melhor forma de te fazer se sentir melhor. Eu só queria poder te fazer cafuné até que tu te esquecesses das próprias dores. Eu desejava te mostrar que o mundo é muito mais do que as decepções que tiveres. Eu esperava que tu superasses e seguisses em frente a qualquer momento, na verdade, eu torcia por isso como se fosse eu mesma quem estivesse vivendo. Eu planejava formas e formas de te distrair das tuas tristezas e angústias. E quando menos esperava... Eu te quis para mim. Eu quis te abraçar e ouvir as batidas do teu coração. Eu quis enxugar tuas lágrimas e trocar os teus motivos para chorar por motivos para sorrir. Eu desejei tocar tua bochecha com as pontas dos dedos como naqueles filmes clichês. Eu sonhei que segurava tua mão na minha, mesmo enquanto dirigia, e estava tudo bem. Eu imaginei como seria dormir te abraçando em vez do meu travesseiro. E, por alguns segundos, eu cobicei os teus lábios sem perceber o que aquilo significava.
Só depois que me dei conta de que precisava me afastar de ti, se quisesse preservar a tênue amizade que tinha se formado entre nós. E desde então, eu sangro de saudade, mas com esperança de ultrapassar esse sentimento. E quando isso finalmente acontecer, eu voltarei a apenas desejar o melhor para ti – sem nenhuma segunda intenção, mesmo que inconscientemente. Irei pensar em formas de te distrair, te apoiar, te consolar e te fazer sorrir como somente os amigos conseguem fazer.
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